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ZUMBI

A verdadeira

História do Brasil

Durante muitos anos, as elites brasileiras ocultaram das populações a verdadeira história deste povo : indios, negros, judeus, mestiços, excluidos e pobres escreveram com muito trabalho e lutas, epopéias de heroismos e de dignidade. A saga do QUILOMBO DOS PALMARES e a bravura de ZUMBI são exemplos que mostram a capacidade e a competência dos povos para se auto-organisar e se auto-gerir. Esta história orgulha o povo brasileiro e o incita a perseguir a luta de seus ancestrais, guerreiras e guerreiros, que ousaram sonhar e iniciar a transformação deste país em uma nação de cidadães e cidadãos.

O caminho é longo e a história continua.

Pequena parte da história :

Por volta de 1590, os primeiros fugitivos africanos rompiam suas correntes e fugiam para se agrupar na floresta, nas matas e sertões do Nordeste do Brasil. Pouco numerozos, eles se organisavam em bandos de fugitivos. O número foi aumentando, eles se reagruparam em uma primeira comunidade, que ao longo de sua existência chegou a contar com uma população de mais de trinta mil rebeldes, homens e mulheres de todas as origens. Eles constituiram o primeiro governo de um Estado livre no novo mundo. Inicialmente a população era de negros e poucos indios. Com a chegada de numerozos judeus fugidos da inquisição, a população abriu-se aos brancos e estes últimos muito inspiraram a sua organisação econômica e política a partir de então.

A estrutura política organizava-se com cada ‘mocambo’ (aldeia) independente possuindo seu chefe, subordinando-se ao rei apenas para os assuntos de paz e de guerra. Os chefes dos mocambos elegiam o rei de acordo com sua coragem, força e capacidade de liderança. Ganga-Zumbi foi o primeiro rei de Palmares, sendo substituido depois de sua morte por seu sobrinho Zumbi.

Neste Estado, grande como a metade de Portugal e contando com uma importante população para a época, a terra pertencia a todos e o resultado do trabalho era propriedade comum. Estes auto-liberados plantavam e recoltavam uma produção agrícola diversificada, contrariamente às monoculturas dos colonos, que eles dividiam com seus visinhos indios ou brancos pobres .

A necessidade de defender a liberdade fez com que os habitantes de Palmares formassem seu próprio exército, altamente qualificado nas artes de guerra.

A forma de pequenas estruturas independentes (18 aldeias, ‘mocambos’) mas ligadas umas às outras, possibilitou ao Quilombo dos Palmares constituir-se em um Estado democrático forte, capáz de resistir durante 1 céculo, e a mais de 25 expedições, portuguezas e holandezas, que tentaram destrui-lo.

 

Durante anos de luta acirrada, foram criados diversos quilombos para abrigar os que procuravam liberdade. Não eram mais redutos isolados, escondidos nas matas, localizavam-se agora nas cidades. No bairro do Leblon, no Rio de Janeiro, capital do Império, homens livres criaram um quilombo para acolher negros fugidos. Era dirigido por um comerciante de malas chamado Seixas Magalhães.

No dia 13 de maio de 1888, quem olhasse para o morro onde ficava esse quilombo veria uma chuva de flores caindo em homenagem à princesa Isabel. Em Santos, principal porto de café do país, foi erguido outro quilombo urbano : o Jabaquara, dirigido pelo ex-escravo Quintino Lacerda. O terreno pertencia a Benjamim Fontana e conseguiu abrigar cerca de dez mil escravos fugidos.

A República de Palmares existiu de 1595 à 1695.

Este povo resta exemplar por seu voluntarismo militante, seu heroísmo, sua democracia direta e sua capacidade de auto-organisação. Sua experiência social é considerada por muitos como fundadora do Pan Africanismo.

Até hoje, a história do Brasil vê eclodir quilombos, criados para a sobrevivência de polulações pobres em ruptura com a organisação social dominante e em revolta contra a injustiça.

No Brasil, o aniverçario da morte de Zumbi, último rei de Palmares, é o dia da festa da Consciência Negra.

Wal e Jacques Pasquier

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